segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Rodrigo Janot responde a Lula e diz que não é religioso

Ex-presidente afirmou que havia um “pacto diabólico” para incriminá-lo na Lava-Jato

Rodrigo Janot
BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, num evento em São Paulo, na quinta-feira, apontou a existência de um “pacto diabólico” entre o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público e as empresas de comunicação para incriminá-lo nas investigações da Operação Lava-Jato. Janot afirmou que o ex-presidente, como qualquer outra pessoa, é livre para expressar opiniões.
— O que eu posso dizer é que eu não sou religioso — afirmou, ao responder uma pergunta sobre o assunto durante um café com jornalistas nesta sexta-feira.
A declaração de Lula foi dada durante o lançamento da campanha “Por Um Brasil para Todos e pra Lula”, que conta com a adesão de artistas, lideranças políticas e intelectuais. O ex-presidente é réu em três ações relacionadas à Lava-Jato. Duas das ações correm no Justiça Federal do Distrito Federal e uma em Curitiba.
O procurador-geral também ressaltou que não se pode aceitar retrocesso na Operação Lava-Jato. Ele chegou a comparar o avanço na Lava-Jato a uma vara que, se não for devidamente quebrada, pode retornar como um chicote contra os agentes públicos encarregados do combate aos desvios de dinheiro público.
– Nós chegamos a esse ponto da investigação. Envergamos uma vara. Se agora isso não prossegue, essa vara volta chicoteando todo mundo. Essa vara tem que ser quebrada.
No encontro com jornalistas, Janot também criticou a tentativa de parlamentares e lobistas ligados a empreiteiras da Lava-Jato de aprovar projeto de lei com a exclusão do Ministério Publico e do Tribunal de Constas, entre outras instituições, nas negociações relacionadas a acordos de leniência. Janot adverte que, sem a participação do Ministério Público, eventuais acordos de leniência não teriam qualquer reflexo nas investigações criminais, ou seja, não livra da prisão os executivos das empresas.
Fonte: O Globo.com

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